O primeiro acidente criado na música foi o bemol para evitar o chamado trítono do canto em quartas e em quintas paralelas.
O trítono é um intervalo exato de 3 tons. No canto em quartas paralelas (dó-fá, ré-sol, mi-lá, fá-si, sol-dó...), com exceção do intervalo fá-si (que é o trítono), todos os outros intervalos são compostos por 2 tons e meio (ou 5 semitons).
No canto em quintas paralelas (dó-sol, ré-lá, mi-si, fá-dó, sol-ré, lá-mi, si-fá...), com exceção do intervalo si-fá (trítono), todos os outros tem 3 tons e meio (ou 7 semitons)
Logo, o intervalo si-fá ou sua inversão, fá-si, possuem 3 tons.
O trítono causava um desconforto para os ouvintes e logo foi chamado de "diabolus in musica", sendo proibido pela igreja a execução do mesmo nos cantos.
Para evitar este desconforto é que o bemol foi inventado. Quando se abaixa a afinação de uma corda, esta amolece. O termo bemol vem de si mole (lembrando que a letra B representa a nota si).
Sendo assim, abaixava-se em meio tom a nota si transformando-a no Bb (si bemol). Dai os cantos em quartas e em quintas paralelas ficavam mais melódicos tendo todos os intervalos a mesma distância.
O sustenido vem do italiano "sustener", ou seja, elevar. Ao contrário do bemol que 'amolece' ou diminui em meio tom a distância entre as notas, o sustenido eleva ou aumenta em meio tom esta distância.
Então ficamos assim:
Se queremos aumentar em meio tom a nota dó (C) ela passa a se chamar dó sustenido (C#) Se queremos diminuir em meio tom a nota ré (D) ela passa a se chamar ré bemol (Db)
Nota importantíssima: Já existem meio tom entre as notas E e F (mi e fá) e B e C (si e dó).
Ao contrário do que muita gente pensa, a expressão mi sustenido, fá bemol, si sustenido e dó bemol, existem na partitura. Só não existem em cifras.
Existem ainda o dobrado sustenido, o dobrado bemol (um aumenta, e o outro diminui em 1 tom a distância entre a notas) e o bequadro que tem a finalidade de anular todos os acidentes. (em ordem nas imagens abaixo)
Aguardem a próxima lição sobre escalas.
Um grande abraço!